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O comboio é pequenino como um menino, não será como uma mãe,
mas sentiria falta se fosse embora, ainda mais a areia e o Verão, quase se Tejo
perdesse o cacilheiro.
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Vê-lo passar traz-me as bolas de Berlim e as bolas Nivea.
Sabe-me aos Epá e à pastilha-elástica estranha no fim do cone.
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Visto aqueles calções hoje tão feios e lagarto até ao
carvão, levantando discretamente a cabeça para ver as miúdas mostrando as
maminhas, virando-me na toalha para esconder o óbvio.
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Um dia, quando a praia era só areia e mar, ela despiu o fato
de banho lilás para a fotografar, como se tudo fosse permitido ou fossemos
invisíveis. O Transpraia chegou-se e apitou.
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Vê-lo passar, ver passar o tempo. O percurso foi maior, viajar é de longe mais do que ir da Costa da Caparica à Fonte da Telha e
voltar.
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