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Da janela como de Vermeer, solidão e silêncio como o cheiro
da terra molhada depois da trovoada, a luz que é sal e azeite.
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O azul nunca será triste. Pode a solidão ser azul. A solidão
é triste. Mas nunca o azul.
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Magritte pintou azul e silêncio, anónimo como louco, duas
dimensões, aliás três, e um sítio metafísico.
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O céu, que é azul, pode ser de qualquer cor, até de inverso.
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Picasso pintou azul. Imagens mansas, às vezes tristes, às
vezes melancólicas, às vezes outras coisas.
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O azul do arlequim à mãe que abraça a criança.
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El Greco não pintou azul, mas grotesco.
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E o negro que também é belo.
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