digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, julho 15, 2016

Definições do azul

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Da janela como de Vermeer, solidão e silêncio como o cheiro da terra molhada depois da trovoada, a luz que é sal e azeite.
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O azul nunca será triste. Pode a solidão ser azul. A solidão é triste. Mas nunca o azul.
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Magritte pintou azul e silêncio, anónimo como louco, duas dimensões, aliás três, e um sítio metafísico.
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O céu, que é azul, pode ser de qualquer cor, até de inverso.
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Picasso pintou azul. Imagens mansas, às vezes tristes, às vezes melancólicas, às vezes outras coisas.
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O azul do arlequim à mãe que abraça a criança.
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El Greco não pintou azul, mas grotesco.
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E o negro que também é belo.

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