digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Minha glória – Vanitas

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Definir a cor e ir.
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Inconseguindo, tirando a sorte. Imbatotando por confetis. Inconseguindo porque gregários, viajando nos dedos.
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Inconclusivamente, inconclusivo-me, até roubando a sorte.
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Do infravermelho ao ultravioleta, agarro no escarlate, no azul puríssimo e no negro. Como um príncipe recolhido no quarto de cama desfeita perdendo os passos, ainda que deixassem rasto no chão renascentista – tão igual a outro.
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O cardeal suplicia-se, castigando-se pelos pecados da natureza e pelos açoites ordenados, mas sem remorsos.
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O príncipe tem o corvo ao ombro, bicando-lhe a orelha e dizendo, imprecisando de noite da bruma do luar do cemitério.
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O azul é belo. É! Isso o exclui, isso o impõe.
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Esta vontade triste do sofrimento, de dor amada e reexpulsa – amor adolescente e adultério.
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A alma e o sangue derrubam a beleza inquestionável, provavelmente infinita.
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Escolhi, morto vivente, sem ressuscitação nem campa.
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Escarlate e negro, como um cardeal. Como um príncipe de teatro.

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