digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

A bem-aventurança

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Como demora a descida para a nudez. Ainda que seja seda ou a porta fechada. O que se vê nesta distância entre o desejo e o desmaio é a pele. Longe irá por mim, durando as horas de nada.
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Há beijos eternos em movimento permanente, de memória dos cometas, e ao passarem desce diante e por mim a nudez do desejo e do desacato.
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A bem-aventurança tépida da pele e dos mamilos, o ventre de aviso e o Inferno. Depois morre-se.
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Até um cometa ou porta de se abrir.
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A queda lenta da seda e primeiro o sol rosáceo dos seios.

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