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Quero ser o Herberto Hélder e o António Lobo Antunes, denso
como mercúrio e negro como os buracos, por consumido pela infelicidade de
Espanca e a incompreensão de Camões, mas sou um só, diferente do Pessoa.
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Quero morrer quando quiser e alguém que me leia e diga que
valho a pena.
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O meu signo é Saturno e tenho ascendente em Mercúrio. Vivo na
fase negra da Lua no seu lado escondido.
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Uma casa sem janelas nem fósforos, três gatas para abraçar e
uma manta para me esconder do negrum, deitado no chão morno.
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Nota: Já tinha referido antes, escrevo «negrum», porque o
«E» dá luz a «negrume».
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