digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, outubro 14, 2015

Nome próprio, Verdade

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Disse-me:
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– Ai que piroso… são só meninas atrás de ti.
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Disse-o no ciúme calmo de quem não teme e reafirmando não namorar comigo.
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Escrevi:
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– A minha namorada não namora comigo.
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Amor curto e intenso e não sei se valeu, por tão curto e intenso. Deitei a perder e desastrada ajudou-me.
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A namorada que não namorava comigo dizia:
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– Na vida há um grande amor e depois uma série de pequenos amores.
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Talvez dissesse dois ou até três, fixei um, é o mesmo.
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A paixão consome-me e se não fujo – raríssimo – o amor é grande. Matei muitos e fugi mais. Se não me aturo…
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É quanto valem esses seis ou sete meses de dores esquecidas.
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Talvez tivéssemos, os dois, razão: amores pequenos e sempre um grande amor.
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A avó era pintora e o pai respeitava-a. Tinha pais e biológicos. Nunca fui à casa de Tomar. Na praia tremi adolescente quando a mensajava ao subir ainda sem degraus.
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O que fiz. Fomos à praia e comemos frango assado na estrada por onde se vai.
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Um segredo maior do que outro. Não fui a Tomar, a avó era pintora e talvez tivéssemos razão.

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