digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, julho 29, 2015

Sabat

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Era domingo de manhã e não me esqueço de ter visto cinzas de lenha, algumas pepitas de carvão, tições agonizantes, pingos de sangue, pegadas de galinha e de cabra. Não tive medo, mas as saudades que se sentem antes de ter ou de ir. Quero a infância, troco por tudo o que sei e conheci.
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Nota: Não confundir o sabat das bruxas com o sabat judaico nem com o pagão europeu de génese céltica. Penso que a designação de sabat para assembleia de bruxas com Satanás deriva de prática de propaganda negra, de há séculos, praticada pelo clero católico romano contra a comunidade judaica e populações ainda ligadas ao paganismo. Em paralelo, pela liberdade de culto e de reunião, hoje podem os praticantes de paganismo europeu, de base céltica, realizar os seus sabats, em que assumem a pratica de magia, mas não de missas-negras, recusam qualquer relação com culto ao Diabo e não se vêem como inimigos do cristianismo. Todavia, há cultores do Demónio, cujas reuniões designam também por sabat. Pela acção do tempo, existe esta divergência de conceitos, resultando em três vocábulos homófonos e homógrafos. 

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