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Por que tenho um tumulto nas veias se não sei de raiva? Talvez
o pesadelo do veterano de guerra.
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Afogo-me no sono, afundo-me num colchão mole, afundo-me num
colchão rijo. Abraço as almofadas como se a mãe. Na posição fetal.
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Não quero conversar com o mundo nem com o indivíduo. Exijo a
coragem do nu das praças e a desvergonha do alcoólico invisível, encarnado e
fedente.
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Quero o revólver. Quero fazer amor. Quero tocar as balas e
alimentar o tambor. Quero fazer amor na persistente noite. Um orgasmo qualquer.
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Quero todos. Por não, antes ninguém.
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O sono. O sono. O sono… O sono.
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Se não sonhasse no sono. Se não vivesse. Mas o peso.
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O peso morto da alma, o fígado quieto, os pulmões às vezes,
a cabeça. A cabeça.
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Vórtice de palavras, conversas, burburinhos, gritarias e além
das praças. Dói-me aqui.
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Oiço demasiado bem, excessivamente vivo.
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Com o suor da vigília e o aperto, exausto, sem renascer. Com
uma culpa qualquer.
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Com uma culpa qualquer.
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