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Disse-lhe:
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– Não sei se reparaste que o cheiro da cinza do cigarro é
profunda.
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– Cheira mal. Não gosto. Não gosto do cheiro dos cigarros
acesos e ainda menos o dos cinzeiros sujos.
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– Não percebes a poesia da espera e da morte, do prazer e
seu falecimento, do cadáver repousando à espera da terra, da ansiedade a
sossegar-se.
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– Não tens medo de ter um cancro? Não te preocupa
prejudicares os outros, os fumadores passivos?
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– O meu cansaço pede-me para ir e o tabaco não acelera os
minutos para que, à velocidade necessária, chegue onde todos chegaremos.
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– Isso é uma parvoíce! Sem comentários!
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– Não! É odor profundo.
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