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A maçã é a fruta da Árvore da Ciência do Bem e do Mal –
disse um velho sacerdote impotente e infértil de nascença, parco e austero nos
comeres.
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As uvas, disse o bêbado. As uvas, repetiu outro bêbado.
Nâo!... As uvas, pôs outro bêbado fim à discussão.
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Morangos, exclamou a donzela apaixonada, de peito apertado,
mais pela paixão do que pelo espartilho, ainda soluçando do Champanhe que
bebera antes de conceder a honra.
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Figos!... nada mais doce do que um figo maduro – garantiu um
camponês.
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Para a madama, as bananas. Gargalhando alto, para que se
ouvisse em tom de aleivosia.
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Maracujá, para o marujo que nunca saíra da cidade natal e
aportara longe, depois das gangrenas, do sal, do vinagre e da urina.
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Desconfio da romã. Difícil de começar, sangrando como a
virgindade, tinta que não sairá, doce e lenhosa como a vida a dois, prazer e
luta, e dando tanto para nascer.
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O ouro não oxida, o diamante é eterno e a romã é arte.
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Tanto quanto sei, Deus fez tudo menos a arte e o bronze.
Porém, criou a romã.
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Nota: Longe de ser um pensamento profundo ou uma fé, este
texto é a legenda desta escultura de vidro e bronze.
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