digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, setembro 13, 2014

Arrependimento

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As noites tinham luz nova. No entardecer começava o Verão. Cicatrizavam-se desgostos e em frente. Amores de maré, peito cheio de ar, vontade de não parar de beijar. Recomeçar pela manhã.
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Devo ter chorado injustiças e marimbado no egoísmo adolescente. Que tempo estúpido que quero. Que tempo estúpido para fugir.
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Se não se foge no tempo de fugir, não se foge. Não fugi tudo, nem me cansei. Sentado com um espumante percebo ter podido ser príncipe. Descubro-me cinzento numa vida de tédio, de melancolia sem saudade.
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Perdi tanta gente, que defenestrei e fugi. O Verão cicatrizava e ninguém se preocupava com escaldões.

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