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As noites tinham luz nova. No entardecer começava o Verão. Cicatrizavam-se
desgostos e em frente. Amores de maré, peito cheio de ar, vontade de não parar
de beijar. Recomeçar pela manhã.
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Devo ter chorado injustiças e marimbado no egoísmo
adolescente. Que tempo estúpido que quero. Que tempo estúpido para fugir.
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Se não se foge no tempo de fugir, não se foge. Não fugi tudo,
nem me cansei. Sentado com um espumante percebo ter podido ser príncipe. Descubro-me
cinzento numa vida de tédio, de melancolia sem saudade.
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Perdi tanta gente, que defenestrei e fugi. O Verão cicatrizava e ninguém se preocupava com escaldões.
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