Diante e sem mexer os olhos. As mãos sabem para onde ir e
esse vestido é desnecessário. Como tirá-lo se não consigo desviar o olhar? O teu
riso nervoso confirma a vontade que desejo.
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Se fechar os olhos para beijar não sei quanto tempo irei depois
levar a sintonizá-los com os teus. Se os mantivermos abertos sabe-se lá.
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Desisto e desaperto-te. Quase te revelo a completa nudez.
Com a mão perguntas-me se estou pronto.
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Liberto-te e confirmo a beleza que sonhei ser o teu peito.
Mais lenta, deixas-me numa trapalhada de roupa. Há-de sair, seja antes ou
depois do que nos servir de cama.
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Será verdade e na fome seguinte comeremos uvas e mataremos a
sede com melancia.
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Nus e banhados em suor e sumo, cairemos em beijos de vinho.
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Tudo entornado num lençol que se esquecerá, mas que o
sono tratará de sonhar muitas vezes.
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