digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, julho 21, 2014

Sonho de sempre

Diante e sem mexer os olhos. As mãos sabem para onde ir e esse vestido é desnecessário. Como tirá-lo se não consigo desviar o olhar? O teu riso nervoso confirma a vontade que desejo.
.
Se fechar os olhos para beijar não sei quanto tempo irei depois levar a sintonizá-los com os teus. Se os mantivermos abertos sabe-se lá.
.
Desisto e desaperto-te. Quase te revelo a completa nudez. Com a mão perguntas-me se estou pronto.
.
Liberto-te e confirmo a beleza que sonhei ser o teu peito. Mais lenta, deixas-me numa trapalhada de roupa. Há-de sair, seja antes ou depois do que nos servir de cama.
.
Será verdade e na fome seguinte comeremos uvas e mataremos a sede com melancia.
.
Nus e banhados em suor e sumo, cairemos em beijos de vinho.
.
Tudo entornado num lençol que se esquecerá, mas que o sono tratará de sonhar muitas vezes.

Sem comentários: