Escrevo poemas toscos de contra-senso barroco.
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O Sarrazola escreve poemas finos, de arestas vivas por serem
tão polidas.
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Escrevo poemas a respirar.
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O Sarrazola escreve poemas a doer de parto.
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Faço tudo em bruto, aos trambolhões da cabeça abaixo.
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O Sarrazola escreve pensando. Volta a pensar, rasga, pensa,
escreve, rasga, rescreve e escreve.
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Desculpo-me no argumento do genuíno, no poema-bom-selvagem.
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O Sarrazola diz-me para limpar a sujidade do quase
improviso.
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Escrevo acreditando na inspiração.
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O Sarrazola escreve com trabalho.
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Acredito em musas...
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O Sarrazola...
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Acredito no talento e no talento do Sarrazola e convenço-me
que tenho algum.
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O Sarrazola...
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Escrevo poemas num blogue – serão eternos.
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O Sarrazola escreve livros pequenos.
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Os meus poemas ficarão esquecidos na multidão da internet e os
que terão uma mão de fora estarão maltratados pelo tempo.
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O Sarrazola estará nas bibliotecas e será citado.
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Gostaria de um dia ser reconhecido, mas suicido-me a cada
poema que escrevo.
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O Sarrazola escreve poesia e sabe escrevê-la.
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Tenho preguiça.
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O Sarrazola sua das palavras.
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Sou leviano.
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O Sarrazola é fiel.
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O Sarrazola é um grande poeta e gostava-o maior que.
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Sou um malabarista e detesto circo. Como toda arte morta
circense, nem mesmo eu me lembro do que escrevi.
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O Sarrazola é um grande poeta.
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Nota: Dedico este meu poema ao meu grande amigo Alexandre
Sarrazola, que publica na editora Averno – editora pequenina mas muito séria.
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