digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, junho 06, 2014

Pensa que sonhaste

Concentrei-me e com desejo tão forte consegui
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Sou do que se quiser, ninguém me vê
.
Toco-te à porta e abres para ninguém
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Entro levezinho e habilidoso, colado às cores de tudo
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Entro no teu quarto e espero
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Que despirás primeiro?
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Engulo em seco e estremeces como sentindo o sopro dum fantasma.
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Nua tapada por pano preso na cintura quase atinjo com a visão do peito
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Deitas-te
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Sentindo-te adormecer e saio do esconderijo
.
Vagarosamente lanço a mão, aponto o dedo
.
Suavemente ... lentamente... ternamente
.
Adormecida soltas: huuummm
.
Prossigo e estás encharcada
.
Cheiro os meus dedos e saboreei-os
.
Não podes acordar, nada mais posso fazer
.
Beijo-te na testa e digo sem som:
.
– Dorme bem, dorme bem.
.
Horas e acordarás com vontade que te façam o que julgas ter sonhado.
.
Horas e estremunhada, sem desconfiar, com vontade
.
Se me ligasses.

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