Concentrei-me e com desejo tão forte consegui
.
Sou do que se quiser, ninguém me vê
.
Toco-te à porta e abres para ninguém
.
Entro levezinho e habilidoso, colado às cores de tudo
.
Entro no teu quarto e espero
.
Que despirás primeiro?
.
Engulo em seco e estremeces como sentindo o sopro dum
fantasma.
.
Nua tapada por pano preso na cintura quase atinjo com a
visão do peito
.
Deitas-te
.
Sentindo-te adormecer e saio do esconderijo
.
Vagarosamente lanço a mão, aponto o dedo
.
Suavemente ... lentamente... ternamente
.
Adormecida soltas: huuummm
.
Prossigo e estás encharcada
.
Cheiro os meus dedos e saboreei-os
.
Não podes acordar, nada mais posso fazer
.
Beijo-te na testa e digo sem som:
.
– Dorme bem, dorme bem.
.
Horas e acordarás com vontade que te façam o que julgas ter
sonhado.
.
Horas e estremunhada, sem desconfiar, com vontade
.
Se me ligasses.
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