Tenho dentro um comboio mudo
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Descarrila e embate como um aríete
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Uma e outra vez
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Às vezes desmaio
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Outras choro e espero que um gato se aconchegue
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Os lençóis não me dão sono
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Adormeço e acordo abraçando uma almofada
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Durmo sem sono
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Acordo como tivesse fechado os olhos com brevidade
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De borco, desleixo o braço
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Finjo esvair-me no sangue que gostaria estivesse partindo-se
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Espero o sono no silêncio da casa
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Que amanhã seja dias depois
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Que a eternidade seja mentira
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