digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, junho 06, 2014

Ir com vontade de chegar

Nua
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Nos meus olhos
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Pelos teus olhos
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Acaricio-te os seios
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No sonhar das mãos
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Beijo-te os seios na rua
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Beijá-los-ia se me abrisses a porta
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Se abrisses a camisa
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Se abrisse-mos a cama
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Nua
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Diante dos olhos
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Tu, que te vês ao espelho todos os dias, diz-me o que sorri mais, a tua boca ou os teus olhos?
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Despindo-te quando posso dentro da minha cabeça
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Quando ninguém vê
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Porque ninguém sabe
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Porque não vês
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Digo-te para que vejas, para que sintas
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Digo-te para que possa
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Na verdade ou a sonhar
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Abraçar-te quente
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Deitarmo-nos caindo, com bocas presas
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Com as mãos malucas
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Parar o tempo e naufragar
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Areia de cansaço nas palavras.
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Voltar ao mar e chegar
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Depois ir, com vontade de chegar.

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