digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, maio 13, 2014

Da língua e da mecânica

Esquece por momentos a mecânica.
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Esquece por momentos o que ias dizer.
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Ouve-me apenas.
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Não serei egoísta, mas quero dar-te todas as palavras que venham e duma só vez, para que não me arrependa nem me perca.
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Esquece o atrito da língua quando fala com o coração na boca, que seca por a água fugir toda para os olhos.
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Pensa no que significa Babel.
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Torre de todas as línguas.
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Também da minha e da tua se quiserem beijar-se.
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Pensa em Babel.
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Pensa em bárbaro... o que fala outra língua.
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Esquece a mecânica e suas rodas dentadas.
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É o tempo e o momento que propulsionam a vida.
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Língua bárbara, a que soa a tua?
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Escuta a minha, escuta.
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Diz que Babel não existe.

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