digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, maio 18, 2014

Carta ao Pai Natal

O que quero para o Natal.
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Querido Pai Natal, escrevo-te agora para teres tempo.
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Há quem queria ser rico – eu, por exemplo.
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Há quem queira flores.
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Brinquedos, para os mais legítimos.
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Paz, a mais merecida.
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Não te peço que me acalmes a cabeça.
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Não te peço para me ensinares a calar.
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Não te peço para deixar de ser bobo.
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Não peço para deixar de ser tolo.
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Querido Pai Natal...
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Continuo a acreditar em ti, embora na segunda classe tivesse aprendido que não existes.
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Que te peço?
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Peço-te para saber escrever, não te peço para saber dizer.
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Peço-te que João Villaret me declame e Mário Viegas me diga.
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Peço-te o respeito de brilho e altura de João Villaret e que Mário Viegas me desconstrua com todo o seu brilho, me desrespeite.
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Duas vezes, três vezes, brilho. Quendera ter brilho.
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Se não for este Natal, que se um dia.

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