Querido Pai Natal, escrevo-te agora para teres tempo.
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Há quem queria ser rico – eu, por exemplo.
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Há quem queira flores.
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Brinquedos, para os mais legítimos.
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Paz, a mais merecida.
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Não te peço que me acalmes a cabeça.
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Não te peço para me ensinares a calar.
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Não te peço para deixar de ser bobo.
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Não peço para deixar de ser tolo.
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Querido Pai Natal...
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Continuo a acreditar em ti, embora na segunda classe tivesse
aprendido que não existes.
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Que te peço?
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Peço-te para saber escrever, não te peço para saber dizer.
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Peço-te que João Villaret me declame e Mário Viegas me diga.
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Peço-te o respeito de brilho e altura de João Villaret e que Mário Viegas me desconstrua com todo o seu brilho, me desrespeite.
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Duas vezes, três vezes, brilho. Quendera ter brilho.
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Se não for este Natal, que se um dia.
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