digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, janeiro 28, 2014

Frutas feridas

Descobri que não preciso de estar mal contigo para estar mal comigo. Que Passeio Alegre é um nome tão estúpido como Praça da Alegria. Felizmente que quem inventa toponímia também cria Cemitério dos Prazeres ou Cedofeita. A mim, dá-me tesão foder em Calhabé, Madragoa ou Miragaia.
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Não tem de haver rio. Tem de haver justiça no nome que se dá às coisas ou às coisas que se fazem nas coisas.
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Os rios dão corrimentos românticos? Ordinarice bárbara. As cidades estão cheias de palavras que se lêem meias. Em cada arco, quando as noites ainda escuras... fiz colecção... tentei... poemei... sentir mulher as miúdas que se deixavam tocar, mexer, foder, penetrar...
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Fui feliz quando deixaram. Fui feliz quando se baixaram. Fui feliz quando deixaram. Fui feliz quando conseguimos. Fomos quando ninguém viu.
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Nesse tem, ainda ateu, rezei para que ninguém tivessem visto. Hoje, crente, rezo para que alguém tenha filmado.

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