digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, janeiro 19, 2013

Como se fosse um filme

Acordei com vontade que algo acontecesse. Que o vento trouxesse a mulher invisível que também transpusesse o vidro e, numa operação relâmpago, tomasse conta do meu corpo e abusasse da minha boca.
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Acordei. Finalmente e com uma saudade prenhe de qualquer coisa que não quero dizer com todas as letras. Suspiro profundo e quente.
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Por mim, o frio está bem. O que mais quero é a noite e a cama e não a manhã. O segredo de coisas importantes sem espessura.
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Conhecer a pele e a boca. Segredar coisas sem importância e não ficar até ser luz.
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Luz-penumbra que não revela toda a beleza. Brevidade de amor que, não sendo a amor, lhe toma a vez. Por minutos de intenso calor e loucura.
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Mais do que lençóis amarfanhados, uma noite incerta. Memorável pela incerteza dum regresso.
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Acordei e sonhei. Agora não consigo tirar da cabeça quem não entra no corpo. Saudade de qualquer coisa que não sei.

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