digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, novembro 05, 2012

Calor





















O Sol que chapeia a minha fachada só me aquece o corpo. Sou um burburinho de cascalho rolante, rio sem água.
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Quem olha a monotonia do chão não vê a transcendência do manto e desconhece que o fresco do enterramento dá, mais abaixo, lugar a um calor de suor.
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A memória da água é mais longínqua que a boa vontade da minha imaginação. Onde distraidamente se passa em diante houve um rio, antes um glaciar e antes princípios de mundo.
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O Sol seca e a chuva ilumina dos seixos. Pedras que apedrejam por dentro quando o Sol apenas bate sem pensar.
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Sei que se me deitar e me esquecer só a terra me saberá. Um dia, uns palmos frescos, dormirá o corpo. A alma vagueará à procura de calor.

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