O Sol que chapeia a minha fachada só me aquece o corpo. Sou um
burburinho de cascalho rolante, rio sem água.
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Quem olha a monotonia do chão não vê a transcendência do
manto e desconhece que o fresco do enterramento dá, mais abaixo, lugar a um
calor de suor.
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A memória da água é mais longínqua que a boa vontade da
minha imaginação. Onde distraidamente se passa em diante houve um rio, antes um
glaciar e antes princípios de mundo.
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O Sol seca e a chuva ilumina dos seixos. Pedras que apedrejam
por dentro quando o Sol apenas bate sem pensar.
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Sei que se me deitar e me esquecer só a terra me saberá. Um dia,
uns palmos frescos, dormirá o corpo. A alma vagueará à procura de calor.
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