digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, outubro 18, 2012

O fim do mundo está quase

Faltam dois meses e três dias para o fim do mundo e ainda não pensei no que vou servir no jantar desse dia.

Árvore


No jardim de degredo, a árvore do silêncio, única companhia de homem de palavras. Juntos escrevem. Ele em voz alta e ela emprestando seiva e concedendo sombra.
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Sem muros. Só a parede da distância e a solidão, concedida pela desvontade de andar. Ficar, na preguiça de mudar a vida num nanossegundo. Nem uma brisa que despenteie.
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Sol ou chuva, tanto faz; a vida lenta, entre a indolência e o tédio. Relva de se deitar e vontade de fumar.
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À sombra da grande árvore, de tronco quente e cúmplice, deixar dormir e sonhar, sem que o sonho fuja do jardim de solidão, por medo de perder a casa da alma.
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Não há amores, só a pasmaceira da deslembrança das paixões. Pálpebras pesadas, de desistência, e nenhuma coragem nas mãos.
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Um dia haverá silêncio sem palavras, só a sombra viúva da árvore.