No jardim de degredo, a árvore do silêncio, única companhia
de homem de palavras. Juntos escrevem. Ele em voz alta e ela emprestando seiva
e concedendo sombra.
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Sem muros. Só a parede da distância e a solidão, concedida
pela desvontade de andar. Ficar, na preguiça de mudar a vida num nanossegundo. Nem
uma brisa que despenteie.
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Sol ou chuva, tanto faz; a vida lenta, entre a indolência e
o tédio. Relva de se deitar e vontade de fumar.
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À sombra da grande árvore, de tronco quente e cúmplice,
deixar dormir e sonhar, sem que o sonho fuja do jardim de solidão, por medo de
perder a casa da alma.
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Não há amores, só a pasmaceira da deslembrança das paixões. Pálpebras
pesadas, de desistência, e nenhuma coragem nas mãos.
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Um dia haverá silêncio sem palavras, só a sombra viúva da
árvore.
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