digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 24, 2012

À outra banda

Tenho de te levar à outra banda. Parto contigo, da amurada beijo-te como se estivesses no cais. Pingos de sal saltinham como golfinhos. O sulco de espuma ata as margens de Lisboa e nós agarrados como se tivéssemos frio olhamos o alinhavar, de olhos atados um no outro. Saltam os corações como os golfinhos. Os cabelos fazem cócegas ao vento e o sal cola-nos os lábios à boca. Todo o azul-branco de Lisboa riscado pelo laranja pequenino. Nós sarfando distraídos esquecemo-nos de acenar à cidade. O Sol põe-se e a muralha conta o passado, na nostalgia da história encontram-se as mãos, perdemo-nos de amor em beijos. Já noite regressaremos, cansados da viagem breve. Lisboa chegará em poucos minutos, tempo bastante para nos apaixonarmos. Chegados iremos para casa fazer amor.

Sem comentários: