digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, julho 13, 2012

O que nunca farei



















Prometo-te vento na janela quando já deveríamos estar a dormir. A rua ainda em silêncio e o Sol nascido. O Verão fez-se para os amores breves e paixões eternas. A loucura do Inferno é precisa antes da calma melancólica do Outono e da ternura do Inverno.
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O calor da água fresca, que aviva o hálito, revitaliza a língua e exige beijo com os olhos nos olhos. O Verão é para o Verão dos sentidos. Para a sensualidade da melancia, para a gulodice da meloa. Para a pele e para a carne.
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Sim, desejo. Como se só uma virgem não soubesse. Não sei se as sereias falam coisa que se entenda ou falando mo queiram dizer. Tenho contudo a esperança e medo de ouvir.
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O Verão fez-se para tremer antes do primeiro beijo. Para sair de mansinho pela janela, na quase manhã, em segredo mas com vontade de gritar o prazer que se teve e quer mais.
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O Verão é para transgredir. O recato tem mais graça quando o vento voltar húmido. O Verão é para guardar segredo, do que se fez e não se chegou a fazer.
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Não sei mas sonho. Imagino querido por Vénus. Desejo o abandono depois da loucura. Porque o mundo tem de voltar para quando vida regressar de viagem.

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