digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, junho 05, 2012

Voltar à luz

Quero luz e silêncio nas horas de luz. Quero sono na morte e uma morte no fim da vida. Quero dormir a vida e acordar da vida dormente. Guardei-me para um ano-luz distante em que se revelará uma virgem santa, um animal sacrificial, guardado como todas as mulheres dos desejos. Nesse dia impossível, longe no escuro, o meu corpo já não chegará a pó, mas o sarcófago ainda estará a ferir-me o coração. Cansado de quase uma eternidade. Quero a promessa e o verbo. Cansado da mortalidade. Que me passe e volte à maternidade.

1 comentário:

Apollus disse...

Show.
Espero nao star enjoando com tants comentarios.
Texto muito legal. :)