digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, junho 06, 2012

Piroso

Cuidado com os locais e os presentes. Cuidado com a boa vontade, a boa educação e a simpatia. Cuidado com a tolerância. Atenção às ideias. A doença pega-se e é fácil, não há preservativo seguro. Não há tema imune. Engana como uma ilusão de óptica ou alucinação mística. Mistura-se nos vapores da paixão, no éter do amor, na franqueza da amizade, no carinho dos animais, na fé verdadeira, na genuína simplicidade. Fede como a ausência de limpeza num metro lotado em hora de ponta no fim dum dia de Sol escaldante. O piroso é um bicho que anda aí.
.
.
.
Nota1: Volta e meia pica-me. Escrevo este texto, porque comecei a textular e os dedos mostraram os sintomas. Corrigi e sempre consegui piroso. Pelo que, hoje não infotocopio textos de paixão e amor. Hoje vi a tempo.
.
Nota 2: O que não quer dizer que não haja beleza ou interesse no feio, no piroso e no kitsch.

1 comentário:

Apollus disse...

Ce é mto bom. Textos bem escritos, como um desabafo reflexivo.
Adorei conhecer ese blog.
Gosto de escrever contos..