digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, junho 07, 2012

Não quero crescer

Pai, tenho saudades das intermináveis conversas e da companhia. Mãe, tenho saudades da mansa genica, quase parada. Pai, herói e carrasco, justiceiro falhado e usurpador involuntário. Mãe de toda a ternura, até ao sufoco. Um dia serei crescido e terei muitas saudades. Por agora vou-me resignando à desistência de um e impotência de outra. Tenho pena, não deles, mas de mim. Toda uma vida e isto, esta minha vida, a cruz, não a que carrego por eles, mas a do meu fracasso. Tenho saudades e quero esquecer os dias que não as tenho. Saudades dos abraços a três. Um dia serei crescido, e muito mais triste.

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