digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, janeiro 28, 2012

Feitiço

Por que o sexo é bom? Para alguns porque dele nasce a vida… mas e o orgasmo? Ah! É dele que nasce a bondade e um seu antónimo, a perversão. É nele que cresce amor e um seu antónimo, a perversão. É nele que nasce o prazer e um seu antónimo, a dor. É o alerta de que a missão reprodutora chegou ao fim… ou de que a pila já satisfez uma vontade concegadora, escarafunchosa e impertinente… O sexo é um feitiço. E de feitiço surgiu fetiche, coisa perversa de cama.
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Sem química não há física, falo do instinto quase impossível de definir que leva à cama. Mais do que apenas olhar, o cheiro, o comum e o que nota as feromonas.
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Se o sexo é vida, o abandono do corpo e da mente leva à sensação de morte… garanto, porque passei o túnel e a espiral e experimentei a leveza e a alvura calma e inebriante… e experimentei orgasmos. O orgasmo é uma dor boa, onde o egoísmo rima com o prazer egoísta de dar prazer.
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Por que o sexo confunde? Porque a sua bondade afirma amar, mesmo quando tudo não passa de ilusão efémera, fruto do psicotrópico das endorfinas, psicadélica e aliviadora.
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Por que o sexo é mau? Porque os prazeres egoístas lembram um pecado, o judaico-cristão, ou só cristão, do prazer. Uma agonia irritante, que estimula ainda mais o prazer, como se fosse contra-natura.
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Sim, depois há o amor. Coisa que não tem nada a ver, que congratula, legitima, felicita, justifica…
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Por que o sexo engravida tantas palavras?
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Nota: A imagem é duma lucerna romana, datada entre o século I dC e o II dC.

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