Noite triste como a do Natal, fria e seca. Arrepios de
arrependimento e fantasmas, cortando o calor do aquecedor. Há Vinho do Porto,
mas falta o bolo-rei. Noite tão fria e sem um gelado de caramelo ou baunilha. Tenho
sono e vontade de vigília, para que os sonhos pesados não me quebrem a respiração
e as lágrimas possam ter fonte. O Brasil tão longe, desconhecido e imenso. Como
será o céu nocturno de São Paulo? E o vento do Rio de Janeiro? Que calor faz em
São Salvador da Baía? Se pudesse apanhava o Concorde e voava para a Lua ou para
onde a areia se esquece esta noite tão triste.
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