digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, janeiro 28, 2012

Concorde

Noite triste como a do Natal, fria e seca. Arrepios de arrependimento e fantasmas, cortando o calor do aquecedor. Há Vinho do Porto, mas falta o bolo-rei. Noite tão fria e sem um gelado de caramelo ou baunilha. Tenho sono e vontade de vigília, para que os sonhos pesados não me quebrem a respiração e as lágrimas possam ter fonte. O Brasil tão longe, desconhecido e imenso. Como será o céu nocturno de São Paulo? E o vento do Rio de Janeiro? Que calor faz em São Salvador da Baía? Se pudesse apanhava o Concorde e voava para a Lua ou para onde a areia se esquece esta noite tão triste.

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