
Este frio. Esta vontade danada de alguma coisa. Esta ansiedade.
A desilusão de saber e a desilusão pelo meu abuso. Tenho a vida fora das
gavetas e nenhum desejo de a ter arrumada. Na verdade, sobrevivo por isso. Os amores
antigos teimam em inacabar. O amor presente é justo e bom, tem toda a ternura que
a afeição verdadeira exige.
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Ainda não passeei na praia com este amor doce, terno e
sólido. Este frio. Esta vontade de alguma coisa.
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Este amor justo é um abraço e olhos docíssimos. Sobreviverá às
contradições das minhas dores. Viverá além dos meus desalentos teimosos, é
cristal, é cachecol.
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Nunca consegui descarregar todos os passados. De menino até
há momentos. Tudo me pesa em desgosto. Já a alegria se volatiliza pelo calor do
pensamento.
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Nada poderá pesar ao amor novo, porque justo e bom. Porque o
peso é todo do passado e as minhas mãos ivres só ternuram quem destes olhos
doces da flor. Esta vontade danada de ainda maior.
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