digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, novembro 29, 2011

A primeira vez


















Olha-me como se fosse a primeira vez. Olha-me não como a nossa primeira vez, mas como a primeira de todas. Olha-me como quando deixaste de ser menina e quiseste ser mulher. Olha-me pedindo um beijo. Olha-me desejando a cama de que tens medo. Deixa-me que te desflore pela segunda primeira vez. Enleva-te, eleva-te, inebria-te e despe-te renitente e duvidosa. Despe-te querendo mais e querendo menos. Leva a mão onde há dias só sonhavas e há tempos negavas. Fecha os olhos, deixa-te ir, bêbeda e ciente. Tens a experiência da inexperiência. Sabes que um dia saberás. Despe-te e olha-me como se fosse a segunda primeira vez.

2 comentários:

George Sand disse...

Gostei da segunda primeira vez e dos outros textos. Um espaço a revisitar.

João Barbosa disse...

obrigado :-)