digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, julho 19, 2011

Aqui quase

Adormeço esquecido de ti. Mergulho na espiral escura da noite, sob as pálpebras, por cima do corpo. Vivemos. A meio da noite acordo lembrado de ti. Suado de corpo e lençóis. Confundido no corpo e na mente, certo na alma.
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Adormeço conformado com a minha inconformidade. Mergulhado na terra pouco densa de além-corpo, reencontramo-nos. Vivemos a vida. Se for preciso, se acontecer, acordo as vezes que forem precisas para ter a certeza que não estás. Adormeço as necessárias para saber que estás e vivemos uma vida destinada.
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Passageiros da vida. Perseguindo-nos e escondendo-nos. Brincamos com as vidas, o destino, o amor, as promessas, as lágrimas, os risos. Sem mentir. Sabemos um do outro e negamos se nos confrontamos.
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Além da espiral, porta para o mundo verdadeiro dos sonhos. Procuro-te confundido e acordado. Depois dos beijos, depois do amor feito. Sempre. Toujours. Sempre, a memória dos dias especiais e as certezas dos banais.
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Adormeço conformado com a minha inconformidade. Tão certo de te encontrar, e com a certeza que sonho. Confundido acordo. Não estás. Estás.
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Não precisamos duma fotografia em papel para beijar. Basta adormecermos.

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