digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, maio 06, 2011

Estrela cadente





















Sim, vi qualquer coisa rasgando o céu. Apontei-lhe o dedo, espantado. Com prazer senti cair em mim qualquer coisa de ternura. Entrou-me até estar beijado, deste ao outro lado da pele.
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Quem com beijos mata, com beijos se afoga. Enviei para longe qualquer coisa de beijável. Pelo eco sei que chegou.
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E se tal nunca aconteceu? Se tudo não passou duma miragem ao admirar o céu? Por certo que algures, numa outra ponta da galáxia, outros dois olhos cerraram os lábios em beijo.
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Até à velocidade da luz o tempo custa a passar. Imagine-se o que não será caminhar toda esta estrada com botas pesadas calçadas.
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Ao fim ao cabo, se tudo demora, até a luz, nada demora nada. Todos os anos da distância resumem-se a coisa pouca.

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Antes menina, pacata à espera de se desarrumar. Hoje mulher-libélula a desassossegar.

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