Amas, amarás, amaste. Não. Por que não? Porque sim! Por que não me perguntaste? Por que perguntaste por mim? Por que não me beijaste? Por que te senti? Senti a falta. Agora sei que sentiste. Mas não sabes que sei.
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Por que não me perguntaste? Procurei-te. Vi-te. Viste-me. Ouviste-me. Não me respondeste. Não ignoraste, não respondeste. Aprendi? Não, não aprendi. Amo-te? Amei. Amas? Não amarei. Por que não me perguntaste? Por que perguntaste por mim? Por que me recusaste?
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O cigarro atrás do outro. A cigarrilha. O escândalo à varanda. O funeral sem corpo. A morte sem corpo. Mais pesado que um cortinado de veludo.
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Além do estudo. Além da promessa. Afinal a mentira, depois da descoberta. O estudo…
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Não te esqueci. Não poderei, porque há uma morte para lembrar. Sei que sabes, ainda que sempre digas que não. Não me esqueceste, pelo que nem me dizes que não. Como poderei?
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Não te esqueci. Como poderei, depois de tudo e do amor também?
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Como poderei esquecer esses olhos de água? A fúria em rosto de tranquilidade… o desvario e a preocupação, esta que nem desconfiei. Se amei? Amei!
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Se amo? Amei. Como quase amei tanto quanto outro alguém. Se doeu a perda? Doeu, mas menos do que perder alguém. Se morri? Morri, um pouco, ao saber que para ti tinha morrido e agora ainda mais por saber que te não morri.
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Agora, agorinha mesmo… beijar-te-ia. Concedendo-te o perdão que não pediste nem pedirás nem queres. Para sempre, nesta vida, desavindos… beijar-te-ia. A ti, que quase pensei seres o amor da minha vida. Certamente por não me lembrar do amor da minha vida.
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Beijar-te-ia. Amarei sempre, porque amo sempre a quem sempre amei. A uma mais, mas a ti também. A ti que pensei que viesse a amar mais do que quem mais amei.
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Beijar-te-ia? Agora? Sim! Agora. Novamente. Por saber que, afinal, perguntaste por mim.
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