A mão além, do corpo aquém. Respiração visível, como plasma. Não vapor no frio, mas como plasma. Como um fantasma.
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Não tenho dúvidas que flutuo sobre o corpo deitado. Vestido sobre a cama. Olhos abertos de pálpebras em descanso.
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Há um espaço entre as orelhas e os sons da rua. Uma parede de ar.
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Dentro, dia. Fora, noite. Minutos depois, o inverso. Difícil sincronia.
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O corpo ergue-se. Como que se a alma estivesse fora do corpo. Por cima, observa. Visão em três linhas, horizontais e paralelas. Entre cada uma, um espaço sem concreto. Todas límpidas e claras, precisas, bem definidas e inconfundíveis. E sobre o corpo, a observação.
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Três horizontes. Indiferente à temperatura, a mão além projecta-se fora da janela. A dúvida. Entre a vida e a morte. A certeza da vida, a dúvida da vida.
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Por momentos, os olhos outra vez fechados crêem poder alcançar qualquer coisa. A mão além vai, ainda que os olhos se tenham fechado, por insuportável trivisão. Além da observação sobrevoada, consciente do que é e donde está. Acima duma realidade tangível.
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A mão além tenta despertar o corpo que se voltou a deitar. A angústia.
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Afinal quase tudo é angústia. No sono. No sono depois do sono. No sono que se força. No sonho no sono. Do sonho entre sonos. O tempo em que não se dorme. Sempre a angústia.
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É um peso. A mão estrafoga, a angústia. A mão, além, tenta fugir. De matar, e do local do seu crime. A mão além, na dúvida. A alma vigia o corpo deitado.
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Cobardias da mão e da alma. O corpo em angústia, entre viver e o contrário, em dúvida. Triste.
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A mão além recolhe-se num receio. A visão que flutuava escondeu-se atrás da consciência. A respiração desplasmou-se. Os olhos despertaram. O corpo levantou-se. A mesma angústia e a dúvida, de viver e de não viver.
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Até um dia. Um dia novo de certezas. A angústia vai dormir. Enquanto se não dorme, a angústia pausa-se. Tocaram a campainha e a porta abre-se. A angústia foi dormir. A angústia voltará.
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Não tenho dúvidas que flutuo sobre o corpo deitado. Vestido sobre a cama. Olhos abertos de pálpebras em descanso.
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Há um espaço entre as orelhas e os sons da rua. Uma parede de ar.
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Dentro, dia. Fora, noite. Minutos depois, o inverso. Difícil sincronia.
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O corpo ergue-se. Como que se a alma estivesse fora do corpo. Por cima, observa. Visão em três linhas, horizontais e paralelas. Entre cada uma, um espaço sem concreto. Todas límpidas e claras, precisas, bem definidas e inconfundíveis. E sobre o corpo, a observação.
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Três horizontes. Indiferente à temperatura, a mão além projecta-se fora da janela. A dúvida. Entre a vida e a morte. A certeza da vida, a dúvida da vida.
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Por momentos, os olhos outra vez fechados crêem poder alcançar qualquer coisa. A mão além vai, ainda que os olhos se tenham fechado, por insuportável trivisão. Além da observação sobrevoada, consciente do que é e donde está. Acima duma realidade tangível.
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A mão além tenta despertar o corpo que se voltou a deitar. A angústia.
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Afinal quase tudo é angústia. No sono. No sono depois do sono. No sono que se força. No sonho no sono. Do sonho entre sonos. O tempo em que não se dorme. Sempre a angústia.
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É um peso. A mão estrafoga, a angústia. A mão, além, tenta fugir. De matar, e do local do seu crime. A mão além, na dúvida. A alma vigia o corpo deitado.
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Cobardias da mão e da alma. O corpo em angústia, entre viver e o contrário, em dúvida. Triste.
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A mão além recolhe-se num receio. A visão que flutuava escondeu-se atrás da consciência. A respiração desplasmou-se. Os olhos despertaram. O corpo levantou-se. A mesma angústia e a dúvida, de viver e de não viver.
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Até um dia. Um dia novo de certezas. A angústia vai dormir. Enquanto se não dorme, a angústia pausa-se. Tocaram a campainha e a porta abre-se. A angústia foi dormir. A angústia voltará.
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