digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, setembro 04, 2010

As musas





















Alimento-me de mulheres. Da pele e da carne. Da voz e do olhar. Das mãos que me amam e do meu desejo. Não escrevo se não tiver uma musa que me entre e me abra ou feche janelas. Sem musa não tenho nem luz nem penumbra nem escuridão. Apenas um vazio, espaço onde o nada consegue existir.
.
A musa é alimento. Martiriza-me com desgostos. Anima-me com esperanças. Nada precisa ou pode fazer, basta-lhe estar onde penso que está.
.
As musas chegam e também partem. Voltam quando não as espero. Acordam-me de noite. Seduzem-me e desarrumam-me. Doem-me e saciam-me.
.
Apaixono-me pelas musas e posso amar mais do que uma. Posso não amar nenhuma. Só querendo as tenho. Não aprisiono, vivem secretamente em mim, mesmo desconhecendo.
.
Faço amor com as musas. Desejo-as. E depois de abandonado, pela mulher de carne verdadeira, continuo alimentado por ela. Faço amor com as musas ainda que possa nunca o ter feito com a mulher que traz a inspiração.
.
As musas são pessoas importantes. Sem elas não escrevo ou escrevo desinteressadamente. Sem escrever e sem orgasmo não vivo. As musas dão-me tesão. Na escrita e no corpo. São fadas e são fodas. Amo as minhas musas.

Sem comentários: