digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, março 05, 2010

Entre a solidão e o tédio





















A minha solidão. A minha inteira solidão. Única, intransmissível, particular. Completamente minha, que não a quero acompanhada por mais alguém.
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Na solidão, as velas também se apagam. De cada vez uma alfinetada. Ainda agora morreu uma. Morrem todas. Morrem aos poucos. Nos momentos de prazer, nos de doçura, nos de agonia.
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Fechado num quarto de três paredes e uma cortina espessa, contenho as palavras que magoam, que talvez justifiquem o estado solitário, nos momentos felizes e tristes.
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Já cansado, enfado-me apenas com a confusão que de mim fazem, desconhecendo baralham autor, personagem e pessoa. São sinais de qualquer coisa que não quero compreender nem aceitar.
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Ninharias! O que é isto quando comparado com a fé não esclarecida? Ninharias que vêm à cabeça dum ocioso entediado. Coisas minhas. Tão minhas quanto a solidão, que me mata, que é minha e não partilho.

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