digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Ler o jornal

- Não sei o que fazer... outra vez.
- Não tens nada para fazer?
- Não...
- Não tens trabalho?
- Não.
- Já pediste ao chefe?
- Já...
- Por que não lês o jornal?
- Porque não o comprei.
- Então, podias começar a pensar em comprá-lo, não?!
- Para quê? Não tenho mesa para o ler...
- Tens essa...
- Tenho, mas é pequena.
- Não serve?
- Não, é pequena. Não dá para estender o jornal.
- Tens de arranjar uma maior. Sempre te ocupava o tempo.
- Não tenho dinheiro para comprar uma mesa maior.
- Por que não procuras um emprego que te pague melhor?
- E procuro onde? Na rua?
- Não. No jornal, claro. Os jornais têm anúncios de emprego.
- Bem sei. Mas, e onde o lia? Não tenho mesa para o estender.

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