digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Luz de Inverno

Penso que tenho mais memórias de infância do Inverno do que das outras estações. Não só dos cheiros, mas da luz e do tempo das horas. A luz amarela e frágil do quarto da minha avó na manhã de Natal. A luz amarela e quente, entristecida pelas canções da rádio, do ateliê do meu pai. A luz de sonho da sala na manhã de Natal. A luz duma manhã pelo Carnaval. Olho como tudo tivesse sido um sonho. É por isso também que estou triste.

Nota: Depois é Lisboa, ameaça chover e vêem-se gaivotas a voar. É Inverno. Gosto. Gosto da melancolia. Só não gosto dela quando não estou melancólico.

1 comentário:

moonlover disse...

Bem escolhido o som para ilustrar as memórias de infância!
Os cheiros ficam aqui num cantinho e quando passam por nós um baú abre-se cheio de imagens, sons e cores ;^)
Muito bonito esta descrição de infância :^)
Gosto muito da versão da Claud, onde entra o Paulo de Carvalho e o filho.

Boas festas...

em todo o corpo ;^)

*moonn