digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, janeiro 13, 2008

A obra-mulher

O cilindro entra por onde se dá à luz. Por isso, um lustre. Uma orgia feminina. Duvido que os homens a entendam. Mas desejam. Em nada o desejo e o entendimento têm de acertar. Não basta desejar? Não está aí todo o sentimento feminino? Não está toda a insensibilidade masculina? Brutal! As mulheres podem odiar, já os homens devem permanecer no seu papel de marionetas.
Não me importo que sejam elas a mandar. Detesto é que se insinuem, em vez de chegarem frontais. Importo-me com a mentira - saída fininha ou redonda e gorda pelos lábios - de ser o homem o decisor.
O desejo é legítimo nas mulheres, mas obsceno nos homens. As mulheres têm direito à sensibilidade e à insensibilidade. Aos homens é lhes negado o lugar da vítima. Há que aguentar. Não faz mal, os homens não se importam. Importar é coisa de gaja.
Todavia é impossivel não boqueabrir-se ao vislumbrar o lustre de tampões. Não é a mulher, é a força. O feminino inteligente e desenvolto. Não me canso de olhar. O que se não diria se fosse obra dum homem? O que se não diria se fosse um objecto paralelo produzido por um homem? Contudo, nenhum homem se importa. Ainda bem, porque importar é coisa de gaja.

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