digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Sala de barbaridade

A indefinível linha. A que prende um cão a duas paredes. Todos os sentimentos dum quadrúpede esbugalhados pela fome e abandono. A barbaridade não é justificação para a barbaridade. A barbaridade não um farol a iluminar os lados negros dos homens. A morte não é grito de socorro para a morte.

A linha que prende um cão a duas paredes é uma maldade concreta. A arte não tem de ser bela esó tem a vida como limite. A indiferença não desculpa a maldade. O animal faminto a pouca distância do letreiro desenhado com comida para cão.

Diz o bárbaro criador que ninguém na sala de exposições manifestou indignação, soltou o cão ou o alimentou. A maldade devia romper a indiferença.

Ainda que tenha só desaparecido. Ainda que seja verdade. A dignidade da vida não é para uma montra de arrogância. Ainda que tenha só desaparecido. A fome e o desamor não são

O bárbaro, a arte e todos nós. Há um só limite para a arte: a vida. A verdade absoluta. Não a discuto nem desculpo.






3 comentários:

Anónimo disse...

Os visitantes não tinham forma de adivinhar que o cão estava privado de alimento e por isso o autor deste circo infernal não tem razão nos seus argumentos.
E a galeria foi talvez a maior responsável, por um comportamento totalmente negligente em relação ao que estava a passar-se no seu interior.
Ignóbil e vergonhoso. Espero que se aprenda alguma coisa com isto.

Raquel Alão disse...

Galeria?! Artista?!?!

Deixem-me rir para não chorar mais...

João Barbosa disse...

Incógnita: pois.
Raquel Alão: só à pancada.