A indefinível linha. A que prende um cão a duas paredes. Todos os sentimentos dum quadrúpede esbugalhados pela fome e abandono. A barbaridade não é justificação para a barbaridade. A barbaridade não um farol a iluminar os lados negros dos homens. A morte não é grito de socorro para a morte.
A linha que prende um cão a duas paredes é uma maldade concreta. A arte não tem de ser bela esó tem a vida como limite. A indiferença não desculpa a maldade. O animal faminto a pouca distância do letreiro desenhado com comida para cão.
Diz o bárbaro criador que ninguém na sala de exposições manifestou indignação, soltou o cão ou o alimentou. A maldade devia romper a indiferença.
Ainda que tenha só desaparecido. Ainda que seja verdade. A dignidade da vida não é para uma montra de arrogância. Ainda que tenha só desaparecido. A fome e o desamor não são
O bárbaro, a arte e todos nós. Há um só limite para a arte: a vida. A verdade absoluta. Não a discuto nem desculpo.
3 comentários:
Os visitantes não tinham forma de adivinhar que o cão estava privado de alimento e por isso o autor deste circo infernal não tem razão nos seus argumentos.
E a galeria foi talvez a maior responsável, por um comportamento totalmente negligente em relação ao que estava a passar-se no seu interior.
Ignóbil e vergonhoso. Espero que se aprenda alguma coisa com isto.
Galeria?! Artista?!?!
Deixem-me rir para não chorar mais...
Incógnita: pois.
Raquel Alão: só à pancada.
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