digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, agosto 07, 2007

A jura

Morrerei se voltar a pronunciar o teu nome ou a ti dirigir palavras doces. Morrerei por voto e vontade. A tristeza é só uma e os contentamentos, de velhos, tomaram a cor verde dos teus olhos.
O passado está pousado numa cama por fazer. Lá ficaram marcados os corpos, esquecidos de todos os dias que se seguiram. Até suas sombras e suores estão fechadas no quarto nunca mais aberto, assim os beijos nas memórias.
As estradas têm os mesmos destinos e o Sol voltou ao lugar de antes, ao sítio do reencontro das duas vidas separadas há umas vidas. O Sol voltou ao lugar, mas não nós ou as esperanças.
Morrerei se voltar a dizer o teu nome ou a ti dirigir palavras doces. Não partirei cedo ou viverei eternamente, tal é o dissabor.
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2 comentários:

Ana Fonseca disse...

Que lindo, este texto, João...

"O passado está pousado numa cama por fazer"... tão lindo! Triste, mas lindo.

Beijinhos

João Barbosa disse...

:-) obrigado