
Uma recusa e um poema por ler. Na intimidade da cama ficaram todos os beijos sobejantes por dar e a tal leitura. No quarto obscuro, o homem voou para seduzir nos últimos instantes duma vida.
Se bem que o corpo não saíu do corpo nem a alma o abandonou, a magia dos dias íntimos esteve toda lá. Menos os beijos quentes no corpo. Os amantes despediram-se.
Na cama morna havia dois corpos, só não havia beijos. Junto ao leito estava guardado um poema de cumplicidade, uma premonição de despedida.
Os amantes abandonaram-se ainda partilhando a cama. Contudo, sem beijos, mas com a indiferença, quase desprezo, de um e a tristeza incompreendida do outro.
O que importa a vida se há um momento em que deixa de ter sentido? Não porque os dias não se compreendam na ausência, mas porque ficou um poema por ler. Era uma premonição e um desejo de novos afectos entre os mesmos amantes.
2 comentários:
o que quer dizer "subjante"?
trata-se de um erro ortográfico entretanto já corrigido.
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