digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, agosto 21, 2007

Despedida





















Uma recusa e um poema por ler. Na intimidade da cama ficaram todos os beijos sobejantes por dar e a tal leitura. No quarto obscuro, o homem voou para seduzir nos últimos instantes duma vida.
Se bem que o corpo não saíu do corpo nem a alma o abandonou, a magia dos dias íntimos esteve toda lá. Menos os beijos quentes no corpo. Os amantes despediram-se.
Na cama morna havia dois corpos, só não havia beijos. Junto ao leito estava guardado um poema de cumplicidade, uma premonição de despedida.
Os amantes abandonaram-se ainda partilhando a cama. Contudo, sem beijos, mas com a indiferença, quase desprezo, de um e a tristeza incompreendida do outro.
O que importa a vida se há um momento em que deixa de ter sentido? Não porque os dias não se compreendam na ausência, mas porque ficou um poema por ler. Era uma premonição e um desejo de novos afectos entre os mesmos amantes.

2 comentários:

farm.rabbit disse...

o que quer dizer "subjante"?

João Barbosa disse...

trata-se de um erro ortográfico entretanto já corrigido.