digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, julho 10, 2007

Mar, rio e Cíclades

Não tenho muito a dizer sobre o rio sem margens. Afirmo que é vermelho como o mar que Moisés abriu e que sobre a água há um caminho para se fazer a pé.
Diante duma rocha, minúscula ilha, juro um arquipélago. Tudo o mais será água e poeira esculpida. Uma mão cheia a mergulhar no mar de sal e azul.
O mármore liso tem formas do novo tempo. Do tempo de há cinco mil anos. Os olhos circundam o pedaço de rocha e as mãos seguem-nos.
As mãos põem-se nas duas margens do mar e eu penso no rio sem margens. Do rio nada mais tenho a dizer, só que é vermelho como o mar de Moisés. Do mar haveria muito para contar se o soubesse fazer.

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