digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, maio 03, 2007

Tejo

Cada vez que olho a linha do horizonte antevejo uma cor diferente e um novo dia. Não sei se é dos meus olhos ou se há uma esperança em mim.
Nas minhas costas está Lisboa, à direita avisto Cascais e à esquerda a pressinto a linha da Caparica. O meu Ocidente ultrapassa supersónico o Bugio e sonho com espadartes a saltarem da água a acompanharem-me o vôo.
As tágides recostam-se nas margens comendo cachos de uvas moscatel e enfeitam-se com algas trazidas pelas marés invasoras pelo mar tão próximo. O sal que invade a foz e sobe acima de Vila Franca tempera o estuário e a pele destes seres sedutores e esquivos. Mergulho abraçado e volto à tona saciado de beijos de água toda. O Mar da Palha não é vasto, mas nele cabem todas as fantasias e os quatro pontos cardeais.

2 comentários:

david santos disse...

You are Master. Trabalho de mestre, parabéns.

João Barbosa disse...

Muito obrigado.
Saudações