digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, maio 03, 2007

Lágrimas

Perdi todas as lágrimas. Não secaram, porque sinto fontes. Entre a nascença, na reentrância obscura de mim, e a finura salgada à flor da pele há um mistério sem razão. Tenho tremuras de peito, o assombro do arrependimento, o torpor do medo, a insegurança do fim da vida, a insensatez dos loucos, a paixão dos mortais, o sono das crianças, a ternura das mães, a sensibilidade das abelhas... tenho tudo ou quase. Tenho tudo e nada lamento. Do que me falta só cobiço as lágrimas que já não me escorrem francas e fingidas. Nem mesmo contas de vidro.

1 comentário:

as velas ardem ate ao fim disse...

Tenho muitas...demasuada...presas...soltas...por secar..