
Um dia claro ou de chuva oblíqua. Um dia de melros de bico muito amarelo. Sento-me num degrau qualquer, numa pedra e, de olhos fechados, deixo o Sol entrar em mim. Deixo a chuva oblíqua entrar-me. Em casa sento-me encostado às paredes para que sobre mais espaço à minha frente. Tenho as janelas escancaradas e as vidraças franqueadas para que tudo se veja. A minha vida é um cubo de vidro de absoluta transparência e as minhãs mãos uma só malga para a água da chuva oblíqua, que se evapora no Sol forte e se vai no bico dos melros de bico muito amarelo. Estou sentado num qualquer degrau num dia qualquer de luz clara ou chuva oblíqua.
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